quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Reportagem completa do desastre em Mariana

Com 317 anos, o distrito de Bento Rodrigues, na cidade mineira de Mariana, tinha história. O vilarejo de 600 habitantes fez parte da rota da Estrada Real no século XVII e abrigava igrejas e monumentos de relevância cultural. Em 5 de novembro, em apenas onze minutos, um tsunami de 62 milhões de metros cúbicos de lama aniquilou Bento Rodrigues. Dez mortes haviam sido confirmadas até a tarde da última sexta-feira e dezoito pessoas continuavam desaparecidas. A onda devastou outros sete distritos de Mariana e contaminou os rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce. Moradores de cidades em Minas e no Espírito Santo tiveram a rotina afetada por interrupções no abastecimento de água. O destino final da lama deve ser o mar do Espírito Santo, onde o Rio Doce tem sua foz. O que causou a tragédia foi o rompimento de duas barragens no complexo de Alegria, da mineradora Samarco. As barragens continham rejeito, o resíduo não tóxico resultante da mineração de ferro.
Segundo a lei, empresas que exercem atividades com riscos conhecidos, como a mineração, assumem o ônus por eventuais acidentes. Por isso, o monitoramento das barragens é um dos pontos críticos do empreendimento. “Os rejeitos se acumulam, e os engenheiros vão ampliando as estruturas”, diz o professor de geologia de engenharia da USP Edilson Pissato. Há depósitos com 200 metros de altura. O de Fundão tinha 90 metros. Existem técnicas mais modernas para lidar com o rejeito, que usam filtros para garantir sua drenagem. Seus custos podem encarecer a exploração de uma jazida em até seis vezes. “Por isso, as mineradoras acabam assumindo o risco de usar os processos tradicionais”, diz Pissato. A ONG International Commission on Large Dams (Icold) calcula que ocorrem em média dois rompimentos como o de Mariana por ano no mundo.Eram três as barragens de rejeito em Alegria: a de Germano, a de Fundão e a de Santarém. Todas operavam segundo o sistema de aterro hidráulico, tradicional e empregado em todo o mundo. Ele conta com a ação da gravidade para fazer com que os resíduos separados do ferro escoem até bacias. A parte frontal dessas bacias é feita de areia, para filtrar a água. O Ministério Público de Minas Gerais e a Polícia Civil abriram inquéritos para apurar as causas do desastre, mas uma resposta satisfatória não deve vir antes de seis meses. A principal hipótese levantada pelos técnicos, contudo, é que tenha ocorrido o processo de liquefação, que se dá quando essa camada arenosa externa, em vez de expelir, retém a água. Uma variação brusca na pressão interna do depósito de rejeito pode então transformar areia em lama, que não consegue mais conter os resíduos que estão atrás. Isso explicaria o rompimento da barragem de Fundão — o que arrasou a de Santarém e tudo o mais que havia pela frente. Dois abalos sísmicos de pequena magnitude registrados na região pouco antes da tragédia podem ter acarretado a mudança de pressão na barragem — hipótese que também precisa de comprovação.Além da tragédia humana, o desastre em Mariana teve impacto ambiental difícil de avaliar. O Ibama já aplicou multas preliminares no valor de 250 milhões de reais à Samarco. A mineradora deverá arcar ainda com a indenização às pessoas afetadas e com os custos de reconstrução da região atingida. Na última sexta-feira, a Justiça de Minas bloqueou 300 milhões de reais da conta da Samarco para garantir esses pagamentos. Executivos do setor classificam o evento como o “11 de setembro” do segmento. Todos esperam um endurecimento das regras para as mineradoras. Há um novo Código de Mineração em tramitação na Câmara dos Deputados, e é certo que ele venha a incluir emendas que obriguem as mineradoras a intensificar o monitoramento de suas bacias de rejeito. “Depois de Mariana, ninguém mais vai conseguir licença para construir barragem sem filtro. A sociedade não vai aceitar mais correr esses riscos”, diz o engenheiro e geotécnico Joaquim Pimenta de Ávila. O Brasil abriga cerca de 800 barragens como as que se romperam, liberando a lama que arrastou vidas e patrimônio incalculável em seu caminho.

OS Heroes De MARIANA 
Passava das 16 horas quando um barulho ensurdecedor interrompeu, em 5 de novembro, a tranquila rotina do distrito de Bento Rodrigues, na cidade mineira de Mariana. Seguiram-se, então, uma nuvem de poeira e o revoar dos pássaros. Os moradores do vilarejo perceberam ali que havia algo errado. Em questão de minutos, gritos e buzinas tomaram as ruas: a onda de lama se aproximava. Só havia tempo para correr. Documentos, dinheiro, roupas, histórias – tudo ficou para trás. Bento Rodrigues foi riscado do mapa. Nem todos tiveram tempo de fugir. Dex pessoas morreram e pelo menos dezoito seguiam desaparecidas até sexta-feira. O desastre foi provocado pelo rompimento de duas barragens de rejeitos – resíduos resultantes da exploração do minério de ferro – da mineradora Samarco localizadas a cinco quilômetros do distrito. Sem que os telefones funcionassem, a solidariedade dos moradores do distrito evitou que a tragédia ceifasse ainda mais vidas.
A auxiliar de serviços gerais Paula Geralda Alves, de 36 anos, percorreu a cidade em sua moto de 50 cilindradas batendo de porta em porta para avisar os vizinhos. "Saí correndo igual a uma louca, gritando 'a barragem rompeu, a barragem rompeu'", conta. "Só quando eu cheguei lá em cima do morro olhei para baixo. Foi então que eu vi que tinha acabado tudo. Em momento algum eu olhei pra trás. Se eu olhasse, eu desistiria."
Sandra Domertides Quintão, de 44 anos, dona de uma pousada centenária adquirida pelo pai, percebeu o desastre ao sair para a janela para ver o ônibus das 16 horas que passa diariamente na cidade rumo ao município vizinho de Santa Rita Durão. Corri para avisar a minha irmã e ela não acreditou porque a chuva de poeira é muito comum ali. Mas eu não duvidei, eu nunca duvidei. Eu sempre soube que isso iria acontecer”, relata. Ao lado da irmã Terezinha, ela despachou seu carro com quatro pessoas – entre elas sua filha Ana Amélia, de dois anos – e começou a buscar outros moradores. Elas subiram no carro de um amigo, depois de carregarem uma idosa que estava com o fêmur quebrado e não conseguia andar. Tentaram ainda chegar à casa de Thiago Damasceno, uma das crianças mortas na tragédia, mas o tsunami de lama de mais de 10 metros de altura chegou antes. Bento Rodrigues desapareceu do mapa em menos de 10 minutos.
O irmão de Sandra, Antônio, subiu em sua caminhonete com a mulher e recolheu quinze vizinhos. “Uma idosa foi levada em um carrinho de obra e voltou para buscar dinheiro. Eu a carreguei à força. Deixei mais de 50.000 reais embaixo do meu colchão. Mas nada disso importa agora”, conta. Antônio colecionava mais de 200 espécies distintas de aves em casa, entre calopsitas, canários belgas, mandarim, calafate e pintagol. Agora, em sua casa restam apenas dois pés de manga e um de condessa. Já Arnaldo Mariano Arcanjo, 31, foi listado como desaparecido na sexta-feira porque voltou diversas vezes ao povoado para buscar pessoas que ficaram presas na lama, como Priscila Monteiro Isabel, grávida, e seu filho de 2 anos. Passou a madrugada buscando salgadinhos e biscoitos em um bar inundado para compartilhar com as famílias que ficaram ilhadas.
Keila e mais sete mulheres do vilarejo trabalhavam com um produto típico da região, a geleia de pimenta biquinho. Elas atuavam em todas as etapas de produção, da plantação à comercialização do produto final. O empreendimento fazia parte dos projetos sociais da Samarco, responsável pelas barragens que se romperam. “O que a gente plantou foi tudo embora. Só sobrou o prédio da associação, que ficava na parte alta”. Como boa parte dos vizinhos, ela saiu de casa só com a roupa do corpo. Perdeu todos os pertences e documentos. “A coisa mais valiosa era uma foto da minha mãe. Ela morreu da doença de chagas, quando eu tinha 9 meses. E aquele foto era a única lembrança que eu tinha dela”.Keila Vardele Sialho, de 31 anos, conta que preparava o jantar quando seu tio apareceu na porta gritando: “Corre que a barragem estourou”. O que se seguiu foi uma típica cena de filme-catástrofe. “Correria, gritos, choro em todos os cantos. Todo mundo correndo, idoso, criança... Olhava para trás e via aquele mundo de lama vindo de todos os lados, como se estivesse abraçando a gente. O barulho era ensurdecedor”. Ela saiu em disparada atrás dos dois filhos e da avó, de 85 anos, que mal conseguia andar. Encontrou no caminho o sogro, que circulava pelas ruas recolhendo as pessoas em sua caminhonete. Ele resgatou seus familiares e quem mais viu pela frente. “Fui puxando um monte de gente para cima do carro. Nossa preocupação era salvar todo mundo”. Junto com um ônibus metropolitano e um caminhão de mudanças, a caminhonete seguiu para o ponto mais alto do vilarejo. Atrás dos sobreviventes, um cenário desolador: uma avalanche de lama cobriu o vilarejo, arrastando árvores, rochas, postes, carros, caminhões, casas, animais e tudo o que havia pela frente.
Marcilene da Conceição Pereira, de 28 anos, conta que assistia a uma novela com os pais quando eles ouviram o barulho. Achavam que alguém estava pondo fogo na mata. Saíram para conferir e avistaram a onda de lama. Só houve tempo para que a família corresse. Vítima de lúpus há sete anos, Marcilene faz uso de muletas. Sequer conseguiu levá-las.
Pouco mais de uma semana depois da tragédia, ainda não se sabe o que provocou o rompimento das barragens. Uma resposta satisfatória não deve ser obtida antes dos próximos seis meses. As 185 famílias estão hospedadas em diversos hotéis de Mariana e tentam recomeçar. Os alunos do ensino fundamental devem voltar às aulas a partir de segunda-feira, na Escola Dom Luciano, em Mariana. As mesmas 50 professoras de Bento Rodrigues lecionarão no novo local. Já os jovens que cursam o Ensino Médio em distritos vizinhos aguardam a definição sobre como será feito o transporte até as escolas.
“O objetivo é manter essa comunidade unida”, afirma o promotor de Justiça da comarca de Mariana, Guilherme Meneghin. “Depois de tudo que vivemos, nós queremos ser uma vila de novo.”, resume Cleonice dos Santos. Mas não em Bento Rodrigues. Ainda que haja possibilidade de reconstrução do vilarejo, os moradores não querem voltar. O clima de medo impera, sobretudo porque ainda há uma barragem sobre a região que abrigava o povoado.
DESASTRE ECONÔMICO 
Até 5 de novembro, boa parte da população talvez jamais tivesse ouvido falar na mineradora Samarco, uma joint venture da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton. Responsável pelas barragens que romperam na cidade mineira de Mariana, provocando a maior tragédia ambiental da história do Estado, a empresa de 37 anos era considerada um exemplo de sucesso no setor. Num ano marcado pela desaceleração econômica e pela queda no preço das commodities, a Samarco aparece no topo de basicamente todos os rankings que avaliam lucros, margem e receita líquida das empresas do país.
Em 2014, companhia fechou o ano com um faturamento de 7,5 bilhões de reais, o que lhe rendeu um lucro líquido de 2,8 bilhões de reais. Com uma cadeia de fornecedores em dezenove países, a empresa produz cerca de 30,5 milhões de toneladas de pelotas de ferro por ano. Material, após passar por um processo químico, vira aço. Seu presidente, Ricardo Vescovi de Aragão, estava entre os representantes de vinte das maiores empresas do Brasil com negócios na Alemanha, recebidos pela presidente Dilma Rousseff em agosto deste ano.
A onda de boas notícias, contudo, se foi com o mar de lama despejado das barragens de Fundão e Santarém, da mina de Alegria, sobre os vilarejos de Mariana. O distrito de Bento Rodrigues, o mais próximo da barragem, com seus mais de 300 anos de história, desapareceu da região. Sua vegetação, casas, igrejas, escola, e moradores foram arrastados pela violência da enxurrada de resíduos de mineração. No dia seguinte ao desastre, Vescovi já classificava o incidente como o mais grave da história da empresa. A onda de lama avançou sobre os rios da região, privando por dias centenas de milhares de pessoas do abastecimento de água.Um desastre dessas proporções não demorou a respingar no caixa da empresa. No dia seguinte ao evento, as ações da Vale despencaram 7,5%, puxando a Bolsa de Valores de São Paulo para uma queda de 2,35%. Na bolsa de Sidney, os papeis da BHP recuaram 2,5%. No mesmo dia, a agência de classificação de risco Fitch colocou em perspectiva negativa a nota de crédito da Samarco.
O executivo-chefe da BHP, Andrew Mackenzie, não demorou a pegar um avião e embarcar para o Brasil. Chegou a se manifestar sobre o assunto antes do presidente executivo da Vale, Murilo Ferreira, o que rendeu críticas ao colega brasileiro, Ferreira, Mackenzie e Vescovi deram uma coletiva à imprensa na quarta-feira. Na ocasião, deixaram claro que a Samarco é uma empresa “independente” e que ofereceram todo o suporte solicitado. Também evitaram falar sobre números, mas especialistas já falam em um prejuízo da ordem de 1 bilhão de reais.
“Se a empresa não conseguir pagar todo o dano causado com o dinheiro em caixa e com os bens que ela tem, vai haver desconsideração da personalidade jurídica e, tanto a empresa australiana quanto a Vale terão seus bens bloqueados para garantir esse pagamento”, afirma o presidente da comissão de Meio Ambiente da OAB de Minas Gerais Mario Werneck. A Justiça de Minas Gerais bloqueou na sexta-feira 300 milhões do caixa da Samarco para garantir o pagamento das indenizações às vítimas da tragédia.
Fonte:Revista Veja.

Conheça os personagens que percorreram o distrito histórico de Bento Rodrigues para salvar os vizinhos em meio ao tsunami de lama provocado por rompimento de barragens de rejeitos da mineradora Samarco

Por Gabriela Garcia, de Mariana, Nicole Fusco e Eduardo Gonçalves 
Foto: Ricardo Moraes/Reuters

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Biografia de uma das autoras do livro A Flor De Lirolay

Celina Bodenmüller
Nasci em Brusque, uma cidadezinha catarinense. Sempre gostei muito de ir à escola, e um dos meus brinquedos preferidos era a caixa de sapatos, que, de boca para baixo, virava uma mesa perfeita para eu brincar de ler e escrever. Como gostava muito de ler, ganhei vários concursos de leitura na minha escola. Brincar de escolinha com minhas amigas também era muito gostoso. Trabalhei numa biblioteca itinerante que funcionava dentro de um carro chamado Brasília (você nem deve conhecer), entregando e retirando livros emprestados nas casas dos clientes da dona da Brasília. Tive outros trabalhos, até que um dia resolvi ter uma loja de brinquedos diferentes, que depois se transformou em uma livraria com livros só para crianças. Por causa deles conheci o Luiz Anelli, que me convidou a escrever com ele, e eu aceitei. Ler sempre foi bem divertido. Agora estou sentindo que escrever também é.
 

Fabiana Prando:
Bacharel em Letras pela FFLCH – USP, Licenciada pela FE – USP. Educadora há 20 anos, contadora de histórias, escritora e criadora do projeto Casa na Árvore (www.acasanaarvore.com), coordena as oficinas de histórias do ateliê Ocuili (www.ocuili.com) e atua em empresas e instituições como narradora e oficineira. Fabiana é voluntária do Viva desde 2005 e atua no Hospital Sepaco -SP

Livro a Flor de Lirolay


O livro a Flor de Lirolay é muito interessante!!! Eu escoli uma historia  para contar para vocês, espero que gostem!! :)

A Tia Miséria
O conto a tia miséria, relata a história de uma senhora,muito pobre, mais em certas épocas do ano, ela não era tão pobre, pois ela possuía em seu quintal uma goiabeira que dava ótimos frutos. Em um certo dia entraram duas crianças em sua casa, e roubaram todos os frutos da arvore. tia miséria ficou muito triste, mais assim que saiu do quintas, um anjo bateu na sua porta, e a disse: Vou te ajudar na época em que você estiver sem o que comer, e a concedeu um poder único, de prender todas as pessoas que ela não gostasse em cima da arvore dela. Passaram meses, e a arvore de tia miséria já estava recheada de novo, mais uma visita a deixou super triste... a dona Morte que disse: Chegou a sua hora... Tia miséria disse: Poxa, mais justo agora que a minha arvore floresceu de novo você quer me levar em bora? Não teve outro jeito, a dona morte queria de todo jeito levar a tia miséria. então ela disse: ok , mais enquanto eu me despeço da minha casa, peguem alguns frutos da minha árvore, dona morte pegou tudo, mais na hora de descer ela não conseguia, pois a arvore tinha o poder de prender todos que subissem lá. passaram-se anos e em um certo dia um velhinho bate na porta dela e disse: por favor dona miséria, liberte a morte!!!!! Assim como eu  vários velhinhos estão sofrendo muito, precisamos morrer, já vivemos muito!!! Então dona miséria fez um trato com a dona morte... eu vou te liberar mais só se você deixar eu viver para sempre... como a dona morte não tinha outra opção, concordou com ela...
Dessem que até hoje dona miséria está viva por aí....

Assi: Giovana Camilo Alvim Fernandes


sábado, 14 de novembro de 2015

Histórias e Curiosidades sobre os Correios.

A primeira iniciativa que tratou do desenvolvimento de uma marca para a ECT ocorreu em 1970, quando foi lançado um concurso público para a criação de uma identidade visual para os Correios.  Assim, foi lançado um concurso público para a criação de uma nova logomarca para os Correios. Entre as milhares de propostas, a comissão julgadora elegeu, por unanimidade, em 4 de agosto de 1970, a criação do estudante de arquitetura e urbanismo Eduardo J. Rodrigues.
Rodrigues baseou-se no envelope comum aéreo, com suas bordas de desenhos geométricos em verde e amarelo. Trabalhando os paralelogramas ali impressos, que remetem à ideia de correios, procurou transmitir uma mensagem de dinamismo, difusão e movimento.
A marca Correios, formada apenas pelas duas setas, foi utilizada desde 1990, quando a empresa atualizou a logomarca e desenvolveu o manual de padronização, estabelecendo as primeiras normas para a identidade visual dos Correios. 
Após mais de 20 anos de uso com grande reconhecimento pela população, a marca dos Correios necessitou de uma modernização. Lançada no dia 6 de maio de 2014, a marca apresenta um novo desenho, resultado de um estudo de branding realizado por consultoria especializada, nasceu preservando as  características já reconhecidas pela população: as cores e as setas — que simbolizam a poderosa capacidade dos Correios de conectar pessoas. A marca preserva e potencializa atributos como confiança e comprometimento, adquiridos pelo serviço postal brasileiro ao longo de mais de 350 anos, ao mesmo tempo em que ressalta características da nova fase da empresa, como proximidade, flexibilidade e dinamismo.
SEDEX: Sinônimo de Encomenda Expressa
A inovação foi lançada no início da década de 1980, elevando os Correios ao patamar de grande empresa. O SEDEX é líder absoluto do segmento de remessas expressas no Brasil, entretanto percorreu um longo caminho para chegar a esta posição.
Líderes no mercado de encomendas no Brasil, alvo de elevada confiança dos consumidores, os Correios se destacam pelos serviços prestados. O SEDEX é símbolo de encomenda expressa e sua evolução durante os anos demonstra o sucesso do serviço.
Poucos sabem, mas março de 1982 foi o mês de lançamento do Serviço de Encomenda Expressa Nacional - SEDEX, na linha de serviços dos Correios.
As origens do SEDEX remontam às encomendas SERCA – Serviço de Correspondência Agrupada. E nasceu da necessidade de se ter uma forma eficiente de encaminhar encomendas, principalmente as que ultrapassavam as dimensões do SERCA, com a urgência que demandavam.
Assim, surgiu o SEDEX, com a premissa de entrega de encomendas com até 5 kg, em domicílio, nas principais cidades do país, com o prazo máximo de 24 horas. Proposta inédita, até então no país, que no ano de lançamento distribuiu 72.165 unidades.
Os anos 1980 foram decisivos para que o SEDEX se firmasse como o serviço de encomendas expressas mais utilizado no país, devido a sua formatação, facilidades e segurança.
Em 1987, cinco anos após a criação do serviço, foram postados 18,5 milhões de encomendas pelo SEDEX, mostrando a grande receptividade dos usuários. A evolução e expansão do serviço eram notáveis, com a possibilidade da postagem de encomendas com até 20 kg, de qualquer localidade do país.
A partir de 1990, verificou-se um crescimento acentuando do SEDEX, aumentando o número de objetos postados e distribuídos. Em 1998, foram distribuídos cerca de 70 milhões de objetos, crescimento sempre acima dos concorrentes. O SEDEX ainda mantém a preferência de grande parte da população que utiliza o serviço de entrega expressa.
Os anos 2000 trouxeram mais membros a família SEDEX, ampliando, assim, a abrangência do serviço, alcançando inclusive o mercado eletrônico. Posteriormente, o limite de peso da encomenda a ser enviada pelo SEDEX passou a ser de 30 kg, mantido até hoje.
O e-SEDEX, serviço destinado exclusivamente à remessa de encomendas originadas do comercio eletrônico, foi colocado em operação em outubro de 2000. Neste mesmo ano, foram distribuídos 86 milhões de objetos pelo SEDEX, com 99,2% de pontualidade.
Em 17 de setembro de 2001, foi lançada mais uma modalidade do serviço, o SEDEX 10, que se converteu em sucesso da marca, com grande apelo junto aos clientes. O SEDEX 10 garante a entrega da remessa até às 10 horas da manhã do dia posterior ao da postagem.
20 anos após o lançamento do SEDEX, foi registrada a marca recorde de 116 milhões de objetos distribuídos pelo serviço, resultado de uma marca consolidada.
A família SEDEX recebeu mais dois novos produtos, em 2004. SEDEX Hoje, com entrega garantida no mesmo dia da postagem, e o SEDEX Mundi, atuação internacional do serviço.
O SEDEX comemorou 25 anos, em 2007, renovando o compromisso com a qualidade dos serviços expressos. Ainda, naquele ano, foi lançada a Logística Reversa, ferramenta complementar de pós-venda. Agregada aos serviços de encomendas, auxilia os processos de devolução e troca de produtos, com conforto e rapidez.
A primeira década dos anos 2000 fechou com saldo positivo para o SEDEX, crescimento e ampliação das modalidades, sempre em sintonia com as necessidades do mercado.
"A publicidade do SEDEX, em todos estes anos, traduz o objetivo do serviço. Presente em todo o território nacional, chegando a todos os municípios brasileiros, o slogan do SEDEX é "Mandou, Chegou." Afinal, SEDEX vai até onde ninguém vai. E vai mesmo!"
Ao longo desses anos, atingiu a marca de mais de dois bilhões de objetos, o que demonstra seu sucesso no segmento de encomendas expressas nacionais, tendo a velocidade, a confiabilidade e a capilaridade como atributos mais valorizados pelo mercado.
O SEDEX chega aos 30 anos em 2012 mantendo os atributos que fazem desse serviço líder de mercado, com a mesma vitalidade de uma ideia vencedora. Ao mesmo tempo, renova o compromisso de entregar novas soluções, negócios, alegria, mensagens e beleza com qualidade e confiança em todos os cantos do Brasil.

Curiosidades

O SEDEX entrega diversos tipos de encomendas, algumas, um tanto quanto, inusitadas. Como por exemplo, o transporte e a entrega de Sêmen Bovino a criadores de gado do Brasil. A parceria agilizou com segurança a entrega para muitos clientes, que é feita por meio de botijões especiais.
Outras focadas na área social, como o transporte do teste do pezinho, de cidades onde não tinham laboratório para a análise em outra. E o projeto Cartório 24 horas, onde o usuário solicita suas certidões pela internet e caso queira, são entregues em casa pelo SEDEX.

Confira a cronologia

1982
Implantação, em março, do Serviço de Encomenda Expressa Nacional – SEDEX – com o prazo de entrega de 24 horas entre as principais cidades do país. Com coleta e entrega em domicílio, de encomendas com até 5 kg. Neste ano, foram coletadas em domicílio 12.063 encomendas e postadas nas agências pelos usuários 60.102 encomendas, totalizando 72.165 unidades.
1983
A receptividade do SEDEX pelos consumidores foi grande. Tanto que, somente em 1983, foram postadas 176.265 encomendas, o que representou 144% de crescimento em comparação a 1982.
1984
O Serviço de Encomenda SERCA – Serviço de Correspondência Agrupada - é incorporado ao SEDEX, atingindo o crescimento de 38,8% do setor.
1987
O SEDEX evoluiu e já permitia postagens de encomendas com até 20kg e para qualquer localidade do país. Somente no ano de 1987, foram postados 18,5 milhões de encomendas, reflexo de vantagens como a agilidade da entrega, coleta e entrega domiciliares, e para clientes Pessoas Jurídicas com contrato era possível o faturamento mensal.
1989
Buscando atender necessidades do mercado foram criadas outras modalidades para o SEDEX, como o SEDEX a cobrar. Era possível o envio de encomendas com até 25 kg.
1993
Foi implantado o Disque SEDEX para solicitar coleta das encomendas por telefone, inicialmente atendendo a Grande São Paulo.
1997
O serviço de solicitação de coleta por telefone foi estendido a outras regiões.
1998
Quase 70 milhões de encomendas foram distribuídos. Utilização do slogan: “Mandou, chegou”, expressão máxima da finalidade do SEDEX.
2000
Foram distribuídos 86 milhões de objetos pelo serviço de encomenda expressa, alcançando 99,2% de pontualidade, mantendo-se como sinônimo de rapidez. Em outubro, ocorreu o lançamento do e-SEDEX, modalidade destinada a encomendas efetuadas por meio do comercio eletrônico.
2001
Mais um serviço se junta à família. O SEDEX 10, lançamento ousado e de grande sucesso, garante a entrega da encomenda até às 10 horas da manhã do dia posterior ao da postagem. No ano, foram distribuídos 98,2 milhões de objetos.
2002
20 anos após o lançamento do SEDEX, o serviço alcançou a marca recorde de 116 milhões de objetos distribuídos.
2004
Novas modalidades foram criadas e incorporadas ao portfólio do SEDEX. Em 4 de novembro, foram lançados, o SEDEX Hoje, garantia de entrega no mesmo dia da postagem e o SEDEX Mundi, atuação internacional da família SEDEX. Lançado, também em novembro, o serviço adicional de Disque Coleta, que consiste em solicitar coletas de encomendas em domicilio.
2006
O serviço de encomenda expressa registra mais um recorde, 147 milhões de remessas.
2007
O SEDEX comemora 25 anos de sucesso. A ECT agrega uma ferramenta complementar de pós-venda, a Logística Reversa em agência para o SEDEX, que facilita a troca ou substituição de produtos, por meio da devolução ao remetente.
2010
Outro recorde: 171,98 milhões de remessas.
2012
O SEDEX comemora 30 anos e continua sendo o serviço em que podemos confiar.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Livro

Achei muito interessante  um poste que a minha professora de português publicou, e decidi compartilhar com vocês. 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A opinião e os argumentos.

Quando produzimos textos de opinião, temos em vista a finalidade de convencer os nossos interlocutores. Para alcançar esses objetivos, precisamos fundamentar nossos pontos de vista com bons argumentos, isto é com motivos, razões e explicações que o esclareçam e o justifiquem. Assim, quando mais polêmico é o tema, mais precisamos de nos esforçar para reunir uma argumentação clara e consistente.

Quem é Rubem Braga?

       O jornalista e escritor Rubem Braga (1913-1990) nasceu em cachoeiro de Itapemirim, no Espirito Santo. Formou-se em Direito em Belo Horizonte, mas nunca advogou. Ainda estudante  iniciou-se no jornalismo, as sinando uma crônica diária  no Diário da Tarde, jornal da capital mineira. Trabalhou  como cronista, comentarista político e repórter em diversos jornais,revistas e emissoras de rádio de Belo Horizonte, Recife,São Paulo,Porto Alegre e Rio De Janeiro.
      O Escritor invocou a crônica brasileira, sendo um dos responsáveis pelo florescimento do gênero no país. Sua prosa, elaborada com a precisão e simplicidade, comunica uma visão essencialmente lírica e reveladora de acontecimentos triviais da vida.   


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Festa no Colégio São Paulo: Visita do escritor Lino De Albergaria



O escritor Lino de Albergaria nos fará uma visita dia 14 de setembro às 8 horas.
Estamos nos preparando com alegria para receber o criador deMiguel, protagonista da história do livro Miguel e o sexto ano. 
Vamos conhecer um pouco mais sobre seu trabalho e sua dedicação à literatura,
É uma honra e um prazer.
O autor de muitas obras comemora 30 anos de trabalho.Temos muitos motivos para festejar.
Seja bem-vindo Lino de Albergaria!

Conheça um pouco mais sobre o autor.

"Formado em Letras e Comunicação, com mestrado em Editoração na Universidade de Paris, Lino de Albergaria nasceu em Belo Horizonte e morou durante algum tempo no Rio de Janeiro e São Paulo. Escreveu e publicou diversos contos em suplementos literários e revistas de todo o país. Tem histórias infantis publicadas na Bélgica. Autor de romances para o público adulto, a maior parte de seus livros é dirigida para o público juvenil. É doutor em Literaturas de Língua Portuguesa e também fez várias traduções de originais franceses".


Lino de Albergaria nasceu em Belo Horizonte, no dia 24 de abril de 1950, irmão mais novo de uma família de cinco filhos. A cidade, nas lembranças de sua infância, tinha muito mais árvores e as ruas eram de paralelepípedos, depois transformados em asfalto. Sobre esse chão, ainda havia os trilhos por onde corriam os bondes. Bandos de pombos cruzavam o céu de seu bairro e eram comuns os cachorros vira-latas, hoje desaparecidos como os pardais substituídos pelos bem-te-vis. Não fazia tanto calor, as noites eram mais frias, os prédios não eram tantos. Como a maioria das casas, aquela em que se criou, na rua Espírito Santo, perto da avenida do Contorno, tinha quintal, onde cachorros e galinhas conviviam com árvores de frutas: jabuticaba, manga, abacate, pitanga e goiaba.
As famílias vinham geralmente do interior, raros eram os pais e praticamente inexistentes ssoas.os avós nascidos na capital de Minas. Seu pai, que trabalhou com presidiários e crianças abandonadas, já gostava de ler e escrever. Sua mãe gostava de encadernar livros cujas capas gravava com letras douradas. Até que um dia quebrou a mão e não teve mais a força necessária para trabalhar com o couro. Passou a pintar pratos de porcelana e caixinhas de madeira. Tanto o pai quanto a mãe nasceram em fazendas e os filhos costumavam passar as férias num sítio que o pai tinha herdado. Ali, além de mais rústico, tudo era diferente da cidade, sobretudo os cheiros e os barulhos, além dos hábitos e das conversas das pe
Mas, na cidade, tinha um cômodo cheio de livros, o escritório do pai, quando trabalhava em casa, e também sua biblioteca. As primeiras histórias o menino ouviu em discos coloridos. Um deles era azul e contava a história de Ali Babá. Um dia ele abriu a porta da biblioteca vazia, depois de ter pela centésima vez escutado o disco. Lá dentro estava escuro, as paredes cobertas de livros dentro de estantes também escuras. Era misterioso como a caverna de Ali Babá. Ele podia dizer "Abre-te, sésamo" e os livros que ainda não conseguia ler piscavam os olhos para ele. As figuras os espiavam das capas, e o papel se entregava à exploração de suas mãos, quando puxava um ou outro volume para debaixo da mesa também escura, aonde se escondia do mundo, pensando em Ali Babá e na caverna dos tesouros. Um dia, ousou, pegou um lápis que tinha duas pontas, uma azul e outra vermelha, que era comum naquele tempo, e sobre as páginas de um livro rabiscou outro. Era sua primeira tentativa, ainda sem conhecer as letras, de ter um livro feito por ele.
Rapidamente, antes de entrar para a escola, aprendeu a ler. Continuou freqüentando o espaço debaixo da mesa na biblioteca vazia, que era calma, escura, uma caverna para onde fugir com os livros e se esquecer do quintal, das árvores, dos cachorros, da galinha Ximbica. Fez o curso primário, sempre gostando de escrever, num colégio que não durou muito, o Instituto Ariel, cujo nome vinha de um personagem de Shakespeare e fora dado por um poeta, Abgar Renault. Descobriu a adolescência em outra escola, bem perto de sua casa, o Colégio Estadual, com suas construções de formas tão inusitadas e que diziam lembrar os objetos escolares. O auditório, pelo menos, parecia os antigos mata-borrões e a caixa d'água, um giz. O arquiteto que imaginou aquele prédio chamava-se Oscar Niemeyer. Embora começasse a estudar literatura na escola, ainda não entendia a ligação de seus dois colégios com as pessoas e as idéias do modernismo. Também não pensava que aqueles eram os ares do seu tempo e quando, ainda aos dez anos, foi ver Juscelino Kubitschek na praça da Liberdade, apenas sabia que aquele homem era o presidente que havia mudado a capital.
Fez duas faculdades, uma pela manhã, outra à noite, Letras, ainda na rua Carangola, a poucas quadras de sua casa, e Comunicação, no Coração Eucarístico, que parecia tão longe. Os tempos mudavam, a cidade crescia, o governo era militar. Nasceu a vontade de conhecer o mundo, a liberdade parecia estar do outro lado do mar. Trabalhou um pouco, como redator de jornais de empresa, e logo que pôde, partiu para a França, pela primeira vez longe de sua cidade. Paris era todos aqueles cartões postais conhecidos, só que em movimento e uns se ligando aos outros, a pé ou de metrô. Era estranho caminhar sob a terra, como um tatu, e depois sair de novo para a luz, uma luz esmaecida, tão diferente da luminosidade intensa de Belo Horizonte. Uma boa parte do ano, Paris era cinza. De trem, seguia para o curso de editoração em Villetaneuse. De ônibus para Petit-Clamart, onde nevava de verdade e havia pinheiros sempre verdes, para o estágio na biblioteca infantil. Do outro lado do Atlântico, reencontra o escritório do pai, o mundo dos livros, que aprende a fabricar. O contato com as crianças faz com que escreva as primeiras histórias infantis, na verdade adaptações de contos populares.
No retorno ao Brasil, para trabalhar com os livros, vai viver em São Paulo. O escritor e o editor encontram espaço. Trabalha na Editora FTD, faz uma coleção didática e depois se dedica às coleções de literatura para os jovens. Tem uma curta passagem pelo Rio, assistindo a Rio Gráfica se transformar em Editora Globo. Além de editar outros autores, publica seus próprios textos em diversas casas de diversas cidades do país. Volta a São Paulo, faz free-lance para as revistas da Editora Abril. Assiste, nesse tempo, à redemocratização do país. Experimenta uma constante inquietação, a vida seguindo provisória e com gosto de aventura.
Ao voltar para Belo Horizonte, quer ter tempo para escrever e estudar. Escreve dois romances para adultos, um deles finalista da Bienal Nestlé de Literatura e o outro premiado no Concurso do Estado do Paraná e ainda finalista do Prêmio Jabuti. Passa a fazer um mestrado de literatura, em que compara aquele momento da literatura infantil com o florescimento dos folhetins no século XIX. Volta a trabalhar como editor, nas Editoras Lê e Dimensão. Sem abandonar os estudos, faz o doutorado. Escolhe como tema a cidade de Ouro Preto e o modernismo, na confluência dos trabalhos de Lucio Costa, Cecília Meireles e Guignard. O fascínio por Ouro Preto é a descoberta do contraponto de Belo Horizonte, perante a memória de um passado que Paris tem presente. Mas os livros continuam. Há um certo compromisso com os leitores e sobretudo com a escrita. Talvez por ainda haver uma dívida com a infância. A semente do sésamo tem de se abrir e se reproduzir, sempre em uma nova planta.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Um pouco mais sobre a história da Malala :)

A menina paquistanesa Malala Yousafzai é um dos grandes nomes da luta pelos direitos das mulheres. Seu engajamento fez com que ela se tornasse, aos 17 anos, a pessoa mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, em 2014.Malala queria apenas que ela e suas colegas tivessem o direito de estudar, o que, em seu país, é proibido para meninas. Mesmo perseguida, ela não se calou e nem desistiu de sua luta. Mas, em outubro de 2012, quando voltava da escola, foi atingida na cabeça com um tiro à queima-roupa. A justificativa do porta-voz do talibã é que ela seria um símbolo dos infiéis e obscenidade, uma ameaça contra o Islã.

Livros sobre Malala

Depois de um longo período de recuperação, contou sua história no livro "Eu sou Malala" (Ed. Companhia das Letras). "Minha meta ao escrever o livro era erguer a voz em nome de milhões de meninas ao redor do mundo às quais é negado o direito de ir à escola e realizar seu potencial. Espero que minha história possa inspirar as garotas a erguer suas vozes e a abraçar o poder que têm dentro de si", diz.
O tema é discutido também em outras publicações, como o livro da jornalista brasileira Adriana Carranca, que já cobriu a guerra no Paquistão e no Afesganistão e está lançando "Malala, a menina que queria ir para a escola" (Ed. Companhia das Letras). 

Direito das mulheres à educação

Para entender a luta de Malala é preciso saber, primeiro, que no Paquistão, assim como em outros países de ideologias extremistas islâmicas no Oriente Médio, as mulheres não têm os mesmos direitos que os homens. Delas, espera-se apenas que cozinhem e sirvam aos pais e irmãos. Enquanto eles podem andar livremente pela cidade, elas não têm autorização para sair de casa sem que um parente do sexo masculino as acompanhe.
Sempre com o apoio do pai, Malala diz que decidiu muito cedo que, com ela, as coisas não seriam assim, o que era quase impossível perante as leis severas que tentavam controlar desde relacionamentos até atitudes banais do dia a dia, misturando cultura e heranças religiosas para agir contra os direitos das mulheres.

História de Malala

Filha mais velha de um professor, Malala desde cedo teve o incentivo do pai para estudar. Ainda antes do nascimento da filha ele já havia fundado uma escola que recebia meninos e meninas. Como quase nunca os estudantes tinham condições de pagar uma mensalidade, a luta do pai de Malala sempre foi grande para não fechar a escola, já que a família deles também sobrevivia em condições precárias.
As coisas ficaram ainda mais difíceis quando o Talibã, grupo político radical, tomou controle da região onde viviam (o vale do Swat, a 160 quilômetros de Islamabad, capital do Paquistão) impondo regras rigorosas. Por várias vezes tentaram fechar a escola ou até mesmo destruí-la. "Escondíamos nossas bolsas e nossos livros sob o xale. Meu pai sempre dizia que a coisa mais bonita nas aldeias era ver as crianças usando uniformes escolares. Mas agora tínhamos medo de usá-los", conta, no livro.
Apesar disso, Malala, embora ainda muito jovem, não se calou e seguiu firme em seu ativismo. Dava entrevistas, expunha suas ideias e chegou a ganhar alguns prêmios. “Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, diz.
Depois do atentado e de um longo período entre a vida e a morte, ela foi exilada em Londres com toda a sua família. Mas sonha ainda com o dia em que poderá voltar ao seu país e viver livremente. "Acredito firmemente que retornarei. Ser arrancada de uma nação que se ama é algo que não se deseja a ninguém".

PROJETO: TEM CARTA PRA MIM?

 https://www.youtube.com/watch?v=ZQryoP4pNXg

http://www.pop.com.br/musica/dia-carteiro-10-musicas-que-falam-sobre-cartas/

https://www.youtube.com/watch?v=qrYrOaXsNqE

http://trocandocartas.blogspot.com.br/2011/03/cartas-pra-voce-nx-zero.html

http://letras.mus.br/roupa-nova/63798/

https://www.youtube.com/watch?v=M1y5JuW1QeU

https://www.youtube.com/watch?v=V4NJepYXPSQ

https://www.youtube.com/watch?v=3VT5j1CV-hQ

https://www.youtube.com/watch?v=thY0YfViBwo

https://www.youtube.com/watch?v=4QQILd1FEgQ

https://www.youtube.com/watch?v=--CT9lY6sAU

https://www.youtube.com/watch?v=a4CnKN8SFKg

https://www.youtube.com/watch?v=IC1Q3G9tNnI

https://www.youtube.com/watch?v=LBZiqoPojSQ

https://www.youtube.com/watch?v=tldWrZ2GSEk

https://www.youtube.com/watch?v=A5npOj2eHyk

https://www.youtube.com/watch?v=rY6FwpmUdM0

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Mauricio de Sousa e seu 80 anos

O desenhista Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, que completa em outubro deste ano 80 anos de idade, é o homenageado na 17ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que começa hoje (3) no Riocentro, em Jacarepaguá, zona oeste da cidade. Uma exposição em área de 190 metros quadrados (m²) contará a história de Sousa, que receberá na Bienal o Prêmio José Olympio, do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). Em 1959, o desenhista criou seu primeiro personagem, o cãozinho Bidu. Depois, vieram Cebolinha, Cascão, Mônica, Magali entre outros. Em 1970, lançou a revista Mônica.
“O maior orgulho de um autor é estar próximo de seus leitores e receber aquela energia para continuar a criar ideias e histórias”, disse Sousa, em entrevista à Agência Brasil. Acrescentou que se sente honrado em ser homenageado em um evento maior como a Bienal do Livro do Rio.

Primeiro desenhista de histórias em quadrinhos do mundo a entrar em uma academia de letras (a Academia Paulista de Letras), o cartunista afirmou que estar em contato com escritores do quilate de uma Lygia Fagundes Telles, um José Goldemberg e um Paulo Bomfim, entre outros, é um presente. "É o reconhecimento de que as histórias em quadrinhos têm uma contribuição importante para o estímulo à leitura das crianças, engrandece a linguagem, onde palavra e desenho se unem perfeitamente”.
Para o jovem que está começando nessa carreira, recomendou que deve fazer o que gosta e ser esforçado. Essa “é a base para tudo dar certo”.
A Maurício de Sousa Produções já publicou mais de 1 bilhão de revistas pelo mundo. Sousa destacou, entretanto, que o mais importante foi manter um “público constante nesses 55 anos de trabalho”. Atualmente, o Brasil, por meio das publicações ou animações do desenhista, está presente em cerca de 30 países. “Estive há alguns meses na Coreia do Sul e no Japão, onde estamos acertando publicações e nossos produtos nas lojas por lá”, informou.

Os conteúdos da Turma da Mônica estão também disponíveis nos livros didáticos no Brasil. No ano passado, foram mais de 520 livros, em 58 editoras diferentes. Segundo Sousa, a cada ano, esse número cresce. “Além de livros publicados por várias editoras, temos nossos desenhos em livros didáticos que somam esses números gigantes. Isso demonstra que estamos no caminho certo nas propostas editoriais e na diversidade de títulos que produzimos”.
 
Planos
Sobre os planos para 2016, o desenhista disse que são muitos, “(não os infalíveis do Cebolinha) com as séries das graphic novels MSP (projeto que consiste em histórias dos personagens do estúdio feitas por artistas brasileiros consagrados e com estilos diferentes do padrão das revistas mensais), que estão fazendo grande sucesso de público e crítica”. Ele informou que está em criação, para lançamento em três ou quatro anos, a Turma da Mônica Adulta. Os mesmos personagens que encantam as crianças estarão com 25 anos e, a cada ano, fazendo aniversário junto com os leitores. "É uma ideia audaciosa para os quadrinhos. Mas é isso o que fazemos: criar histórias para leitores de todas as idades”.
Durante a Bienal do Rio, serão apresentados 42 lançamentos com os personagens do desenhista. Questionado se imaginava, no início da carreira, que chegaria tão longe, disse que o sucesso não se programa. "Ele acontece naturalmente se houver um trabalho bem desenvolvido e respeito ao leitor”.
Para Maurício de Sousa, os livros são matéria-prima para a formação de uma pessoa. Ele lembrou que a leitura é a melhor forma de exercitar a criação. “É participativa e educativa. Uma criança que não lê está perdendo uma experiência inesquecível”. O desenhista disse que acredita que tanto no livro impresso quanto na internet, a leitura vai sempre ter seu lugar de destaque. “Basta ver o número de títulos infantojuvenis lançados pelas editoras atualmente. Minha alegria é saber que não estou formando apenas leitores, mas também bons escritores. E com bons escritores, sempre haverá muitos leitores”.

Números recordes

A 17ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro vai apresentar, durante 11 dias, uma programação com novas atividades e, pelo menos, dois recordes em relação às edições anteriores. Marcarão presença no evento mais importante do mercado editorial brasileiro mais de 200 autores de diversos estilos, 27 estrangeiros.
Outro recorde é o das inscrições para a visitação escolar. Em apenas uma hora, 145 mil alunos do ensino fundamental das redes pública e particular preencheram as vagas da iniciativa que, ao longo da história da Bienal, já levou milhares de crianças e adolescentes a se aproximarem do universo literário nos corredores do Riocentro.
Para fomentar o interesse pela leitura, os estudantes da rede pública recebem, ao chegar ao evento, uma “nota bienal” no valor de R$ 5,50, que poderá ser trocada por um livro no mesmo valor. O projeto possibilita aos inscritos a oportunidade de pesquisar, adquirir títulos, manusear exemplares e criar uma rede de trocas entre colegas após a leitura.
Este ano, serão novamente 950 expositores, ocupando uma área total de 80 mil m², 25 mil a mais do que na edição anterior. De acordo com a previsão do Snel, organizador do evento juntamente com a empresa Fagga, mais de mil títulos serão lançados e cerca de 2,5 milhões de exemplares deverão ser vendidos na Bienal, que tem expectativa de faturamento de R$ 58 milhões.
A Argentina é o país homenageado nesta edição do evento. A delegação de escritores do país vizinho é composta por nomes como Martín Kohan, Tamara Kamenszain, Eduardo Sacheri, Claudia Piñeiro, Mariana Enríquez, Sergio Olguín, Luciano Saracino, o cartunista Tute e o crítico literário Noé Jitrik.
A lista de autores internacionais abrange ainda o britânico David Nichols, os norte-americanos Julia Quinn, Leigh Bardugo, Raymond E. Feist, Collen Hoover e Jeff Kinney, o francês Jacques Leenhardt, organizador de uma edição especial de Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, de Debret, e o português Pedro Chagas Freitas. Brasileiros ou estrangeiros, os autores vão entrar em contato direto com seu público em ambientes informais como o Café Literário, Cubovoxes, a Conexão Jovem, o Encontro com Autores e SarALL.
O SarALL é uma novidade para incrementar ainda mais a diversidade de públicos e conteúdos da Bienal. O evento, que ocorre de sexta-feira (4) a domingo (6), é feito em conjunto com a Flupp – a Festa Literária das Periferias. O ambiente vai reunir poetas e grupos originários de diferentes regiões do país para trocar experiências e manter viva a tradição poética oral, em interação com a plateia, que terá microfone à disposição.
Para os pequenos leitores, a 17ª Bienal terá duas atrações inéditas. No Bamboleio, as crianças participarão de brincadeiras que envolvem culturas de todos os países – aprendendo, assim, a importância de conviver com as diferenças. Uma arena montada na parte central do espaço infantil será palco das batalhas dos primeiros Jogos Literários da Bienal. As crianças e suas famílias serão convidadas a participar, durante os 11 dias do evento, de disputas que envolvem soletração, adivinhação de sinônimos e antônimos e brincadeiras, sempre conduzidas por atores circenses.
O desenhista Maurício de Sousa